Durante o debate sobre o impacto da COVID-19 no futuro, o acadêmico José Castiano afirmou que o grande desafio da sociedade é termos um estado verdadeiramente solidário.
A vertente solidariedade, no seu entender, enquadra-se na utopia, que é a forma de ver sociológica e filosófica.
Aliás, mencionou a planificação e profecia como outras duas formas possíveis de pensar o futuro.
O painelista entende que a solidariedade é um valor cardinal para o futuro de Moçambique, não querendo menosprezar a solidariedade dos moçambicanos uns para com os outros.
O docente diz que com o aparecimento do novo coronavírus, “nunca foi tão evidente as condições diferentes entre os moçambicanos”.
“Quando se diz vamos lavar as mãos, torna-se evidente que nem todos tem água potável para lavar as mãos. Quando se diz ficar em casa, o imaginar em casa é diferente. Há pessoas que vivem no campo, nos subúrbios e outras em mansões”, especificou Castiano.
Outro aspecto importante tem que ver com o conhecimento da sociedade. Ou seja, permite defender-se da arbitrariedade e ideologias estranhas.
Por sua vez, Neves Cabral, da Centro de Informática da UEM, diz que muitos moçambicanos podem estar a ser excluídos da utilização de tecnologias e internet neste período da COVID-19. Daí ser necessário garantir urgentemente o acesso facilitado para a sociedade.
Refira-se que este painel foi moderado pelo escritor moçambicano Mia Couto e contou ainda com as presenças de Ida Carrilho Alvarinho da Agência Nacional de Educação Profissional (ANEP) e Paula Vaz da Fundação Ariel.